214- Capítulo XXVIII - Itens 8 a 10 - Para os Médiuns
- paulinhocomunhao
- 30 de nov. de 2023
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Para os médiuns
8. Nos últimos tempos, diz o Senhor, derramarei do meu Espírito sobre toda carne; vossos filhos e filhas profetizarão; vossos jovens terão visões e vossos velhos sonharão. Nesses dias, derramarei do meu Espírito sobre os meus servidores e servidoras, e eles profetizarão. (ATOS, 2:17 e 18.)
9. Prefácio. Quis o Senhor que a luz se fizesse para todos os homens e que em toda parte penetrasse a voz dos Espíritos, a fim de que cada um pudesse obter a prova da imortalidade. É com esse objetivo que os Espíritos se manifestam hoje em todos os pontos da Terra e a mediunidade se revela em pessoas de todas as idades e de todas as condições, nos homens como nas mulheres, nas crianças como nos velhos. É um dos sinais de que chegaram os tempos preditos.
Para conhecer as coisas do mundo visível e descobrir os segredos da natureza material, Deus concedeu ao homem a vista corpórea, os sentidos e instrumentos especiais. Com o telescópio ele mergulha o olhar nas profundezas do Espaço e, com o microscópio, descobriu o mundo dos infinitamente pequenos. Para penetrar no mundo invisível, Deus lhe deu a mediunidade.
Os médiuns são os intérpretes encarregados de transmitir aos homens os ensinos dos Espíritos; ou, melhor, são os órgãos materiais pelos quais os Espíritos se expressam, tornando-se inteligíveis aos homens. Sua missão é santa, visto ter por objetivo abrir os horizontes da vida eterna.
Os Espíritos vêm instruir o homem sobre seus destinos futuros, a fim de o reconduzirem ao caminho do bem, e não para o pouparem ao trabalho material que aqui deve cumprir com vistas ao seu adiantamento, nem para lhe favorecerem a ambição e a cupidez. Eis do que os médiuns devem compenetrar-se bem, para não fazerem mau uso de sua faculdade. Aquele que compreende a gravidade do mandato de que está investido, o desempenha religiosamente. Sua consciência lhe censuraria, como ato sacrílego, utilizar como divertimento ou distração, para si ou para outros, faculdades que lhe são concedidas para fins sérios e que o põem em comunicação com os seres de além-túmulo.
Como intérpretes do ensino dos Espíritos, os médiuns devem desempenhar importante papel na transformação moral que se opera. Os serviços que podem prestar guardam proporção com a boa diretriz que imprimam às suas faculdades, porque os que enveredam por mau caminho são mais nocivos do que úteis à causa do Espiritismo. Pela má impressão que produzem, retardam mais de uma conversão. É por isso que terão de prestar contas do uso que hajam feito de um dom que lhes foi concedido para o bem de seus semelhantes.
O médium que queira gozar sempre da assistência dos Espíritos bons deve trabalhar pelo seu próprio aprimoramento. Aquele que deseja que a sua faculdade cresça e se desenvolva tem de se engrandecer moralmente e de se abster de tudo que possa concorrer para desviá-la do seu fim providencial.
Se, por vezes, os Espíritos bons se servem de instrumentos imperfeitos, é para dar bons conselhos e tentar reconduzi-los ao bem. Se, porém, encontram corações endurecidos, e se seus conselhos não são ouvidos, retiram-se, ficando os maus com o campo livre. (Cap. XXIV, itens 11 e 12.)
Prova a experiência que, entre os médiuns que não aproveitam os conselhos dos Espíritos bons, as comunicações, depois de terem revelado certo brilho durante algum tempo, degeneram pouco a pouco e acabam caindo no erro, no palavrório ou no ridículo, sinal incontestável do afastamento dos Espíritos bons.
Conseguir a assistência dos Espíritos bons, afastar os Espíritos levianos e mentirosos, tal deve ser a meta dos constantes esforços de todos os médiuns sérios. Sem isso, a mediunidade se torna uma faculdade estéril, capaz mesmo de redundar em prejuízo para aquele que a possui, pois pode degenerar em perigosa obsessão.
O médium que compreende o seu dever, longe de se orgulhar de uma faculdade que não lhe pertence, visto que lhe pode ser retirada, atribui a Deus as boas coisas que obtém. Se as suas comunicações receberem elogios, não se envaidecerá com isso, porque sabe que elas independem do seu mérito pessoal; agradece a Deus por haver permitido que os Espíritos bons se manifestassem por seu intermédio. Se dão lugar à crítica, não se ofende, porque não são obra do seu próprio Espírito. Ao contrário, diz que não foi um bom instrumento e que não dispõe de todas as qualidades necessárias para resistir à intromissão dos Espíritos maus. É por isso que procura adquirir essas qualidades, pedindo, por meio da prece, as forças que lhe faltam.
10. Prece. Deus Onipotente, permite que os Espíritos bons me assistam na comunicação que solicito. Preserva-me da presunção de me julgar resguardado dos Espíritos maus; do orgulho que poderia me induzir em erro sobre o valor do que obtenha; de todo sentimento contrário à caridade para com os médiuns. Se cair em erro, inspira a alguém a ideia de me advertir disso e a mim a humildade que me faça aceitar a crítica com reconhecimento, tomando como dirigidos a mim mesmo, e não aos outros, os conselhos que os Espíritos bons me queiram ditar.
Se for tentado a cometer abuso, no que quer que seja, ou a me envaidecer da faculdade que te aprouve conceder-me, peço-te que a retires de mim, de preferência a permitires que ela seja desviada do seu objetivo providencial, que é o bem de todos e o meu próprio avanço moral.
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