209- Capítulo XXVIII - Item 3 - IV
- paulinhocomunhao
- 25 de nov. de 2023
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IV. O pão nosso de cada dia, dá-nos hoje.
Dá-nos o alimento para a sustentação das forças do corpo; dá-nos também o alimento espiritual para o desenvolvimento do nosso espírito.
O animal encontra a sua pastagem; o homem, porém, deve o sustento à sua própria atividade e aos recursos da sua inteligência, porque o criaste livre.
Tu lhe disseste: “Tirarás da terra o alimento com o suor do teu rosto”. Desse modo, fizeste do trabalho uma obrigação para o homem, a fim de que exercitasse a inteligência na procura dos meios de prover às suas necessidades e ao seu bem-estar, uns mediante o trabalho material, outros pelo trabalho intelectual. Sem o trabalho, ele se conservaria estacionário e não poderia aspirar à felicidade dos Espíritos superiores.
Ajudas o homem de boa vontade que confia em ti, no que se refere ao necessário; não, porém, àquele que se compraz na ociosidade e desejaria obter tudo sem esforço, nem àquele que busca o supérfluo. (Cap. XXV.)
Quantos e quantos sucumbem pela própria culpa, pela sua incúria, pela sua imprevidência ou pela sua ambição e por não terem querido contentar-se com o que lhes havias concedido! Esses são os artífices do próprio infortúnio e não têm direito de queixar-se, pois são punidos naquilo em que pecaram. Mas nem a esses mesmos abandonas, porque és infinitamente misericordioso. Estende-lhes as mãos para socorrê-los, desde que, como o filho pródigo, se voltem sinceramente para ti. (Cap. V, item 4.)
Antes de nos queixarmos da sorte, indaguemos de nós mesmos se ela não é obra nossa. A cada desgraça que nos chegue, perguntemos se não teria dependido de nós evitá-la, mas lembremos também que Deus nos deu a inteligência para tirar-nos do lamaçal, e que depende de nós o modo de a utilizarmos.
Considerando-se que o homem se acha submetido à lei do trabalho na Terra, dá-nos coragem e força para cumpri-la. Dá-nos também a prudência, a previdência e a moderação, a fim de não perdermos seus frutos.
Dá-nos, pois, Senhor, o pão de cada dia, isto é, os meios de adquirirmos, pelo trabalho, as coisas necessárias à vida, pois ninguém tem o direito de reclamar o supérfluo.
Se não nos é possível trabalhar, confiamo-nos à tua divina Providência.
Se está nos teus desígnios experimentar-nos pelas mais duras privações, apesar dos nossos esforços, aceitamo-las como justa expiação das faltas que tenhamos cometido nesta vida ou noutra anterior, pois sois justo. Sabemos que não há penas imerecidas e que jamais castigas sem motivo.
Preserva-nos, ó meu Deus, de invejar os que possuem o que não temos, nem mesmo dos que dispõem do supérfluo, quando não temos sequer o necessário. Perdoa-lhes, se esquecem a lei de caridade e de amor ao próximo, que lhes ensinaste. (Cap. XVI, item 8.)
Afasta, igualmente, do nosso espírito a ideia de negar a tua justiça, ao notarmos a prosperidade do mau e a desgraça que por vezes cai sobre o homem de bem. Sabemos agora, graças às novas luzes que houveste por bem conceder-nos, que a tua justiça se cumpre sempre e a ninguém exclui; que a prosperidade material do mau é efêmera como a sua existência corpórea, e que terá reveses terríveis, ao passo que a alegria reservada àquele que sofre com resignação será eterna. (Cap. V, itens 7, 9, 12, 18.)
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