204- Capítulo XXVIII - Coletânea de Preces Espíritas - Item 1 - Preâmbulo
- paulinhocomunhao
- 20 de nov. de 2023
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CAPÍTULO XXVIII - COLETÂNEA DE PRECES ESPÍRITAS
Preâmbulo
1. Os Espíritos sempre disseram: “A forma nada vale, o pensamento é tudo. Ore, pois, cada um, segundo suas convicções e da maneira que mais o toque. Um bom pensamento vale mais do que grande número de palavras com as quais o coração em nada tome parte”.
Os Espíritos jamais prescreveram qualquer fórmula absoluta de preces. Quando dão alguma, é apenas para fixar as ideias e, sobretudo, para chamar a atenção sobre certos princípios da Doutrina Espírita. Fazem-no também com o fim de auxiliar os que sentem embaraço para externar suas ideias, pois algumas pessoas não acreditariam ter orado realmente, desde que não formulassem seus pensamentos.
A coletânea de preces contida neste capítulo é uma seleção feita entre as que foram ditadas pelos Espíritos em várias circunstâncias. Eles, sem dúvida, poderiam ter ditado outras, em termos diversos, apropriadas a certas ideias ou a casos especiais, mas pouco importa a forma, se o pensamento fundamental é o mesmo. O objetivo da prece consiste em elevar nossa alma a Deus; a diversidade das formas não deve estabelecer nenhuma diferença entre os que nele creem, nem, ainda menos, entre os adeptos do Espiritismo, porque Deus as aceita todas, desde que sinceras.
Não se deve, pois, considerar esta coletânea como um formulário absoluto, mas apenas uma variedade entre as instruções que os Espíritos ministram. É uma aplicação dos princípios da moral evangélica desenvolvidos neste livro, um complemento aos ditados deles, relativos aos deveres para com Deus e o próximo, complemento em que são lembrados todos os princípios da Doutrina.
O Espiritismo reconhece como boas as preces de todos os cultos, quando ditas de coração, e não de lábios. Não impõe nem reprova nenhuma. Deus, segundo ele, é grande demais para repelir a voz que lhe implora ou lhe entoa louvores, porque o faz de um modo, e não de outro. Quem quer que lance anátema às preces que não estejam no seu formulário provará que desconhece a grandeza de Deus. Crer que Deus se atenha a uma fórmula é emprestar-lhe a pequenez e as paixões da Humanidade.
Uma condição essencial da prece, segundo Paulo (cap. XXVII, item 16), é que seja inteligível, a fim de que nos possa falar ao espírito. Para isso, não basta que seja dita numa língua que aquele que ora compreenda. Há preces em língua vulgar que não dizem ao pensamento muito mais do que se fossem proferidas em língua estrangeira, e que, por isso mesmo, não chegam ao coração. As raras ideias que elas contêm quase sempre ficam abafadas pela superabundância das palavras e pelo misticismo da linguagem.
A principal qualidade da prece é ser clara, simples e concisa, sem fraseologia inútil, nem luxo de epítetos, que são apenas enfeites de lantejoulas. Cada palavra deve ter seu alcance próprio, despertar uma ideia, mover uma fibra. Numa palavra: deve fazer refletir. Somente sob essa condição a prece pode alcançar o seu objetivo; de outro modo, não passa de ruído. Entretanto, notai com que ar distraído e com que volubilidade elas são ditas na maioria dos casos. Veem-se os lábios a mover-se, mas, pela expressão da fisionomia, pelo som mesmo da voz, reconhece-se, um ato maquinal, puramente exterior, ao qual a alma se mantém indiferente.
As preces contidas nesta coletânea estão divididas em cinco categorias: 1 a) Preces gerais; 2 a) Preces para si mesmo; 3 a) Preces pelos vivos; 4 a) Preces pelos mortos; 5 a) Preces especiais pelos doentes e obsidiados.
Com o propósito especial de chamar a atenção sobre o objeto de cada prece, e de tornar mais compreensível o seu alcance, todas vêm precedidas de uma instrução preliminar, de uma espécie de exposição de motivos, sob o título de prefácio.
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