198- Capítulo XXVII - Itens 9 a 11 - Ação da Prece. Transmissão do Pensamento
- paulinhocomunhao
- 14 de nov. de 2023
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Ação da prece. Transmissão do pensamento
9. A prece é uma invocação. Por intermédio dela o homem entra em comunicação, pelo pensamento, com o ser a quem se dirige. Pode ter por objeto um pedido, um agradecimento, ou uma glorificação. Podemos orar por nós mesmos ou por outros, pelos vivos ou pelos mortos. As preces feitas a Deus são ouvidas pelos Espíritos encarregados da execução de suas vontades; as que se dirigem aos Espíritos bons são reportadas a Deus. Quando alguém ora a outros seres que não a Deus, está recorrendo a intermediários, a intercessores, visto que nada se faz sem a vontade de Deus.
10. O Espiritismo torna compreensível a ação da prece, ao explicar o modo de transmissão do pensamento, quer o ser a quem oramos atenda ao nosso apelo, quer apenas lhe chegue o nosso pensamento. Para compreendermos o que se passa em tal circunstância, precisamos imaginar todos os seres, encarnados e desencarnados, mergulhados no fluido universal que ocupa o Espaço, tal qual nos achamos, neste mundo, dentro da atmosfera. Esse fluido recebe um impulso da vontade; é o veículo do pensamento, como o ar é o veículo do som, com a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, ao passo que as do fluido universal se estendem ao Infinito. Quando, pois, o pensamento é dirigido a um ser qualquer, na Terra ou no Espaço, de encarnado para desencarnado, ou de desencarnado para encarnado, estabelece-se uma corrente fluídica entre um e outro, transmitindo o pensamento, como o ar transmite o som.
A energia da corrente guarda proporção com a do pensamento e da vontade. É assim que os Espíritos ouvem a prece que lhes é dirigida, qualquer que seja o lugar onde se encontrem; é assim que os Espíritos se comunicam entre si, que nos transmitem suas inspirações, que se estabelecem relações a distância entre encarnados.
Essa explicação se dirige principalmente aos que não compreendem a utilidade da prece puramente mística. Não tem por objetivo materializar a prece, mas tornar inteligível os seus efeitos, mostrando que pode exercer ação direta e efetiva. Nem por isso essa ação deixa de estar subordinada à vontade de Deus, Juiz supremo em todas as coisas, o único que está apto a torná-la eficaz.
11. Pela prece o homem atrai o concurso dos Espíritos bons, que vêm sustentá-lo em suas boas resoluções e inspirar-lhe bons pensamentos. Ele adquire, desse modo, a força moral necessária para vencer as dificuldades e voltar ao caminho reto, se deste se afastou. Por esse meio, pode também desviar de si os males que atrairia pelas suas próprias faltas. Um homem, por exemplo, vê sua saúde arruinada pelos excessos que cometeu, e arrasta, até o fim de seus dias, uma vida de sofrimento; terá o direito de queixar-se, se não obtiver a cura que deseja? Não, porque poderia ter encontrado na prece a força de resistir às tentações.
(continua)
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