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193- Capítulo XXVI - Itens 3 e 4 - Preces Pagas

  • Foto do escritor: paulinhocomunhao
    paulinhocomunhao
  • 9 de nov. de 2023
  • 2 min de leitura

Preces pagas


3. Disse em seguida a seus discípulos, diante de todo o povo que o escutava: “Tende cuidado com os escribas que se exibem a passear com longas túnicas, que gostam de ser saudados nas praças públicas e de ocupar os primeiros assentos nas sinagogas e os primeiros lugares nos banquetes; que, a pretexto de longas preces, devoram as casas das viúvas. Essas pessoas receberão condenação mais rigorosa”. (LUCAS, 20:45 a 47; MARCOS, 12:38 a 40; MATEUS, 23:14.)


4. Jesus também disse: não cobreis pelas vossas preces; não façais como os escribas que, “a pretexto de longas preces, devoram as casas das viúvas”, isto é, apropriam-se das fortunas. A prece é um ato de caridade, um impulso do coração. Cobrar a prece que se dirige a Deus em favor de outro, é transformar-se em intermediário assalariado. Nesse caso, a prece passa a ser uma fórmula, cujo preço é proporcional ao tempo que dure para ser proferida. Ora, de duas, uma: Deus mede ou não mede suas graças pelo número das palavras. Se estas forem necessárias em grande número, por que dizê-las pouco, ou quase nada, por aquele que não pode pagar? É falta de caridade. Se uma só é suficiente, o excesso é inútil. Por que então cobrá-las? É prevaricação.


Deus não vende os benefícios que concede. Por que, então, alguém que não é, sequer, o distribuidor deles, que não pode garantir a sua obtenção, cobraria um pedido que talvez não produza nenhum resultado? Deus não pode subordinar um ato de clemência, de bondade ou de justiça, que se solicite da sua misericórdia, a uma soma em dinheiro. Do contrário, se a soma não fosse paga, ou fosse insuficiente, a justiça, a bondade e a clemência de Deus ficariam em suspenso. A razão, o bom senso e a lógica dizem que Deus, a perfeição absoluta, não pode delegar a criaturas imperfeitas, o direito de estabelecer preço para a sua justiça. A Justiça de Deus é como o Sol: existe para todos, tanto para o pobre como para o rico. Assim como se considera imoral traficar com as graças de um soberano, porventura seria lícito fazer comércio com as do soberano do Universo?


As preces pagas têm ainda outro inconveniente: aquele que as compra se julga, na maioria das vezes, dispensado de orar ele próprio, já que se considera quite, desde que deu o seu dinheiro. Sabe-se que os Espíritos são tocados pelo fervor do pensamento de quem se interessa por eles. Qual pode ser o fervor daquele que incumbe um terceiro do encargo de orar por ele, mediante paga? Qual o fervor desse terceiro, quando delega o seu mandato a outro, este a outro e assim por diante? Não será reduzir a eficácia da prece ao valor de uma moeda corrente?








 
 
 

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