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186- Capítulo XXIV - Itens 11 e 12 - Não São os Que Gozam de Saúde Que Precisam de Médico

  • Foto do escritor: paulinhocomunhao
    paulinhocomunhao
  • 2 de nov. de 2023
  • 3 min de leitura

Não são os que gozam de saúde que precisam de médico


11. Estando Jesus à mesa em casa desse homem (Mateus), vieram aí ter muitos publicanos e gente de má vida, que se puseram à mesa com Jesus e seus discípulos; o que fez que os fariseus, notando-o, dissessem aos discípulos: “Por que o vosso Mestre come com publicanos e pessoas de má vida?” — Tendo-os ouvido, disse-lhes Jesus: “Não são os que gozam de saúde que precisam de médico”. (MATEUS, 9:10 a 12.)


12. Jesus se dirigia principalmente aos pobres e aos deserdados, porque são os que mais necessitam de consolações; aos cegos dóceis e de boa-fé, porque pedem para ver, e não aos orgulhosos, que julgam possuir toda a luz e de nada precisar. (Veja-se Introdução, itens Publicanos, Portageiros.)


Essas palavras, como tantas outras, encontram a sua aplicação no Espiritismo. Há quem se admire de que, por vezes, a mediunidade seja concedida a pessoas indignas e capazes de a usarem mal. Parece, dizem, que uma faculdade tão preciosa deveria ser atributo exclusivo das de maior merecimento.


Digamos, antes de tudo, que a mediunidade é inerente a uma disposição orgânica, de que todo homem pode ser dotado, como da de ver, de ouvir, de falar. Ora, não há nenhuma faculdade de que o homem, por efeito do seu livre-arbítrio, não possa abusar, e se Deus não houvesse concedido, por exemplo, a palavra senão aos incapazes de proferirem coisas más, haveria mais mudos do que pessoas aptas a falar. Deus concedeu faculdades ao homem e lhe dá a liberdade de usá-las, mas sempre pune o que delas abusa.


Se o poder de comunicar com os Espíritos só fosse concedido aos mais dignos, quem ousaria pretendê-lo? Onde, aliás, estaria o limite da dignidade e da indignidade? A mediunidade é conferida sem distinção, a fim de que os Espíritos possam trazer a luz a todas as camadas, a todas as classes da sociedade, ao pobre como ao rico; aos retos para fortalecê-los no bem, aos viciosos para os corrigir. Não são estes últimos os doentes que necessitam de médico? Por que Deus, que não quer a morte do pecador, o privaria do socorro que o pode arrancar do lamaçal? Os Espíritos bons lhe vêm em auxílio e os conselhos que recebe diretamente são capazes de impressioná-lo de modo mais vivo, do que se os recebesse por caminhos indiretos. Deus, em sua bondade, coloca a luz nas suas mãos, para lhe poupar o trabalho de ir buscá-la longe. Ele não será bem mais culpado, se não quiser vê-la? Poderá desculpar-se com a sua ignorância, quando ele mesmo tiver escrito com suas mãos, visto com seus próprios olhos, ouvido com seus próprios ouvidos, e pronunciado com a própria boca a sua condenação? Se não aproveitar, será então punido pela perda ou pela perversão de sua faculdade, da qual se apoderam os Espíritos maus para o obsidiarem e enganarem, sem prejuízo das aflições reais com que Deus castiga os servidores indignos e os corações endurecidos pelo orgulho e pelo egoísmo.


A mediunidade não implica necessariamente relações habituais com os Espíritos superiores. É apenas uma aptidão para servir de instrumento mais ou menos maleável aos Espíritos em geral. O bom médium, pois, não é o que comunica facilmente, mas aquele que é simpático aos Espíritos bons e somente deles recebe assistência. É unicamente neste sentido que a excelência das qualidades morais se torna onipotente sobre a mediunidade.








 
 
 

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