183- Capítulo XXIV - Não Ponhais a Candeia Debaixo do Alqueire - Itens 1 a 4
- paulinhocomunhao
- 30 de out. de 2023
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Candeia sob o alqueire. Por que Jesus fala por parábolas
1. Ninguém acende uma candeia para pô-la debaixo do alqueire; põe-na, ao contrário, sobre o candeeiro, a fim de que ilumine a todos os que estão na casa. (MATEUS, 5:15.)
2. Não há ninguém que, depois de ter acendido uma candeia, a cubra com um vaso, ou a ponha debaixo da cama; põe-na sobre o candeeiro, a fim de que os que entrem vejam a luz; pois nada há secreto que não haja de ser descoberto, nem nada oculto que não haja de ser conhecido e de aparecer publicamente. (LUCAS, 8:16 e 17.)
3. Aproximando-se, disseram-lhe os discípulos: “Por que lhes falas por parábolas?” — Respondendo-lhes, disse Ele: “É porque, a vós outros, foi dado conhecer os mistérios do Reino dos céus, mas a eles, isso não lhes foi dado. Falo-lhes por parábolas, porque, vendo, não veem e, ouvindo, não escutam e não compreendem. E neles se cumprirá a profecia de Isaías, que diz: ‘Ouvireis com os vossos ouvidos e não escutareis; olhareis com os vossos olhos e não vereis. Porque, o coração deste povo se tornou pesado, e seus ouvidos se tornaram surdos e fecharam os olhos para que seus olhos não vejam e seus ouvidos não ouçam, para que seu coração não compreenda e para que, tendo-se convertido, Eu não os cure’”. (MATEUS, 13:10 a 11; 13 a 15.)
4. É de causar admiração ouvir Jesus dizer que não se deve colocar a luz debaixo do alqueire, quando Ele próprio oculta constantemente o sentido de suas palavras sob o véu da alegoria, que nem todos podem compreender. Ele se explica, dizendo a seus apóstolos: “Falo-lhes por parábolas, porque não estão em condições de compreender certas coisas. Eles veem, olham, ouvem, mas não entendem. Seria, pois, inútil dizer-lhes tudo, por enquanto. Digo-o, porém, a vós, porque vos foi dado compreender estes mistérios”. Agia, portanto, com o povo, como se faz com crianças, cujas ideias ainda não se desenvolveram. Desse modo, indica o verdadeiro sentido da sentença: “Não se deve pôr a candeia debaixo do alqueire, mas sobre o candeeiro, a fim de que todos os que entrem possam vê-la”. Isto não significa que se deva revelar inconsideradamente todas as coisas. Todo ensinamento deve ser proporcional à inteligência daquele a quem é dirigido, pois há pessoas a quem uma luz por demais viva deslumbraria, sem as esclarecer.
Dá-se com os homens, em geral, o que se dá em particular com os indivíduos. As gerações têm sua infância, sua juventude e sua maturidade. Cada coisa deve vir a seu tempo; a semente lançada à terra, fora da estação, não germina. Mas o que a prudência manda calar, momentaneamente, cedo ou tarde será descoberto, porque, chegados a certo grau de desenvolvimento, os homens procuram por si mesmos a luz viva; a obscuridade lhes pesa. Tendo-lhes Deus outorgado a inteligência para compreenderem e se guiarem por entre as coisas da Terra e do Céu, eles querem raciocinar sobre sua fé. É então que não se deve pôr a candeia debaixo do alqueire, visto que, sem a luz da razão, a fé se enfraquece. (Cap. XIX, item 7.)
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