158- Capítulo XVIII - Item 16 - Reconhece-se o Cristão Pelas Suas Obras
- paulinhocomunhao
- 5 de out. de 2023
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Reconhece-se o cristão pelas suas obras
16. “Nem todos os que me dizem: Senhor! Senhor! entrarão no Reino dos céus, mas somente aqueles que fazem a vontade de meu Pai que está nos Céus.”
Escutai essa palavra do Mestre, todos vós que repelis a Doutrina Espírita como obra do demônio. Abri os ouvidos, que é chegado o momento de ouvir.
Será bastante estar a serviço do Senhor para ser um fiel servidor seu? Bastará dizer: “Sou cristão” para que alguém seja um servidor do Cristo? Procurai os verdadeiros cristãos e os reconhecereis pelas suas obras. “Uma árvore boa não pode dar maus frutos nem uma árvore má pode dar frutos bons.” “Toda árvore que não dá bons frutos é cortada e lançada ao fogo.” São do Mestre essas palavras. Discípulos do Cristo, compreendei-as bem. Quais são os frutos que deve dar a árvore do Cristianismo, árvore possante, cujos ramos frondosos cobrem com a sua sombra uma parte do mundo, mas que ainda não abrigam todos os que haverão de agrupar-se em torno dela? Os frutos da árvore da vida são frutos de vida, de esperança e de fé. O Cristianismo, tal como o fizeram há muitos séculos, continua a pregar essas virtudes divinas; esforça-se por espalhar seus frutos, mas quão poucos os colhem! A árvore é sempre boa, mas os jardineiros são maus. Quiseram adaptá-la às suas ideias, modelá-la de acordo com as suas necessidades; talharam-na, rebaixaram-na, mutilaram-na; seus ramos estéreis não dão maus frutos, porque não mais os produzem. O viajor sedento, que se detém sob a sua sombra à procura do fruto da esperança, capaz de lhe restabelecer a força e a coragem, somente se depara com uma ramagem árida, prenunciando tempestade. Em vão pede o fruto de vida à árvore da vida; ressecadas, as folhas caem; a mão do homem tanto as manipulou, que as queimou.
Abri, pois, os ouvidos e os corações, meus bem-amados. Cultivai essa árvore da vida, cujos frutos dão a vida eterna. Aquele que a plantou vos convida a tratá-la com amor, de modo a poderdes vê-la dando frutos divinos em abundância. Conservai-a tal como o Cristo vo-la entregou: não a mutileis; ela quer estender a sua sombra imensa sobre o Universo: não lhe corteis os galhos. Seus frutos benfazejos caem abundantes para alimentar o viajor sedento que deseja alcançar o fim da jornada; não amontoeis esses frutos, para os armazenar e deixar apodrecer, a fim de que não sirvam a ninguém. “Muitos são os chamados e poucos os escolhidos.” É que há monopolizadores do pão da vida, como os há do pão material. Não sejais do número deles; a árvore que dá bons frutos deve distribuí-los para todos. Ide, pois, procurar os que estão famintos; levai-os para debaixo da copa da árvore e partilhai com eles do abrigo que ela oferece. “Não se colhem uvas nos espinheiros.” Meus amigos, afastai-vos dos que vos chamam para vos apresentar as sarças do caminho; segui os que vos conduzem à sombra da árvore da vida.
O divino Salvador, o justo por excelência, disse, e suas palavras não passarão: “Nem todos os que me dizem: Senhor! Senhor! entrarão no Reino dos céus, mas somente os que fazem a vontade de meu Pai que está nos Céus”.
Que o Senhor de bênçãos vos abençoe; que o Deus de luz vos ilumine; que a árvore da vida vos ofereça abundantemente seus frutos! Crede e orai. – SIMEÃO. (BORDEAUX, 1863.)
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