154- Capítulo XVIII - Itens 3 a 5 - A Porta Estreita
- paulinhocomunhao
- 1 de out. de 2023
- 2 min de leitura
A porta estreita
3. Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta da perdição e espaçoso o caminho que a ela conduz, e muitos são os que por ela entram. Quão pequena é a porta da vida! quão apertado o caminho que a ela conduz! e quão poucos a encontram! (MATEUS, 7:13 e 14.)
4. Tendo-lhe alguém feito esta pergunta: Senhor, serão poucos os que se salvam? — Respondeu-lhe Ele: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois vos asseguro que muitos procurarão transpô-la, e não o poderão”. — E quando o pai de família houver entrado e fechado a porta, e vós, de fora, começardes a bater, dizendo: “Senhor, abrenos”; ele vos responderá: “não sei de onde sois”. — Então começareis a dizer: “Comemos e bebemos na tua presença e nos ensinaste nas nossas praças públicas”. — Ele vos responderá: “Não sei de onde sois; afastai-vos de mim, todos vós que praticais a iniquidade”. Então, haverá prantos e ranger de dentes, quando virdes que Abraão, Isaque, Jacó e todos os profetas estão no Reino de Deus e que vós outros sois dele expelidos. — Virão muitos do Oriente e do Ocidente, do Setentrião e do Meio-Dia, que participarão do festim no Reino de Deus. Então os que forem os últimos serão os primeiros e os que forem os primeiros serão os últimos. (LUCAS, 13:23 a 30.)
5. Larga é a porta da perdição, porque são numerosas as paixões más e porque o caminho do mal é frequentado pelo maior número. É estreita a da salvação, porque o homem que a queira transpor deve fazer grandes esforços sobre si mesmo para vencer suas más tendências, e poucos são os que se resignam com isso. É o complemento da máxima: “Muitos são os chamados e poucos os escolhidos”.
Tal é o estado atual da humanidade terrena, porque, sendo a Terra mundo de expiação, nela predomina o mal. Quando se achar transformada, a estrada do bem será a mais frequentada. Aquelas palavras devem, pois, entender-se em sentido relativo, e não em sentido absoluto. Se houvesse de ser esse o estado normal da Humanidade, Deus teria condenado voluntariamente à perdição a imensa maioria das suas criaturas, suposição inadmissível, desde que se reconheça que Deus é todo justiça e todo bondade.
Mas de que delitos esta Humanidade se fizera culpada para merecer tão triste sorte, no presente e no futuro, se toda ela se achasse relegada à Terra e se a alma não tivesse tido outras existências? Por que tantos entraves semeados em seu caminho? Por que essa porta tão estreita que só a muito poucos é dado transpor, se a sorte da alma é fixada para sempre logo após a morte? É assim que, com a unicidade da existência, o homem está sempre em contradição consigo mesmo e com a Justiça de Deus. Com a anterioridade da alma e a pluralidade dos mundos, o horizonte se alarga; faz-se luz sobre os pontos mais obscuros da fé; o presente e o futuro tornam-se solidários com o passado e só então se pode compreender toda a profundeza, toda a verdade e toda a sabedoria das máximas do Cristo.
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