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149- Capítulo XVII - Item 8 - A Virtude

  • Foto do escritor: paulinhocomunhao
    paulinhocomunhao
  • 26 de set. de 2023
  • 2 min de leitura

A virtude


8. A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser bom, caridoso, laborioso, sóbrio, modesto, são qualidades do homem virtuoso. Infelizmente, elas são quase sempre acompanhadas de pequenas enfermidades morais, que lhes tiram o encanto e as atenuam. Aquele que faz ostentação da sua virtude não é virtuoso, visto que lhe falta a qualidade principal: a modéstia, e tem o vício que mais se lhe opõe: o orgulho. A virtude verdadeiramente digna desse nome não gosta de exibir-se. Adivinham-na; ela, porém, se oculta na obscuridade e foge à admiração das multidões. São Vicente de Paulo era virtuoso; eram virtuosos o digno cura d’Ars e muitos outros quase desconhecidos do mundo, mas conhecidos de Deus. Todos esses homens de bem ignoravam que fossem virtuosos; deixavam-se ir ao sabor de suas santas inspirações e praticavam o bem com desinteresse completo e inteiro esquecimento de si mesmos.


É à virtude assim compreendida e praticada que vos convido, meus filhos; é a essa virtude verdadeiramente cristã e verdadeiramente espírita que vos incito a consagrar-vos. Afastai, porém, de vossos corações tudo o que seja orgulho, vaidade, amorpróprio, que sempre tiram o encanto das mais belas qualidades. Não imiteis o homem que se apresenta como modelo e faz alarde, ele próprio, das suas qualidades a todos os ouvidos complacentes. A virtude que assim se ostenta esconde muitas vezes uma porção de pequenas torpezas e de odiosas covardias.


Em princípio, o homem que se enaltece, que ergue uma estátua à sua própria virtude, anula, por esse simples fato, todo mérito efetivo que possa ter. Entretanto, que direi daquele cujo único valor consiste em parecer o que não é? Admito perfeitamente que o homem que pratica o bem experimenta uma sensação íntima em seu coração, mas, desde que tal satisfação se exteriorize, para colher elogios, degenera em amor-próprio.


Ó vós todos a quem a fé espírita aqueceu com seus raios, e que sabeis quão longe da perfeição está o homem, jamais esbarreis em semelhante escolho. A virtude é uma graça que desejo a todos os espíritas sinceros. Entretanto, eu lhes direi: Mais vale pouca virtude com modéstia, do que muita com orgulho. É pelo orgulho que as humanidades sucessivas se têm perdido; é pela humildade que um dia elas haverão de redimir-se. – FRANÇOIS-NICOLAS-MADELEINE. (PARIS, 1863.)








 
 
 

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